Adenomegalias
A adenomegalia é uma das alterações mais co- muns na infância que, muitas vezes, cabe ao pediatra avaliar e tomar a conduta mais adequada para confirmar ou excluir uma patologia como câncer, tuberculose ou HIV. Trata-se de um aumento dos linfonodos que pode surgir ao longo da cadeia linfática existente no organismo. Normalmente, a adenomegalia é uma reação a processos inflamatórios de doenças benignas, como amigdalite, que são freqüentes em crianças, regredindo espontaneamente. Porém, a causa do aumento do gânglio linfático deve ser sempre muito bem investigada.
O diagnóstico da adenomegalia é feito pela história do paciente, tempo de aparecimento do linfonodo, por alguns sintomas associados como febre, perda de peso, sangramento, hepatoes-plenomegalia (aumento do fígado e baço) e exames laboratoriais.
Embora menos freqüente, a adenomegalia de causa neoplásica pode ser localizada ou generalizada, superficial ou profunda. São gânglios de consistência endurecida, coalescentes, aderentes a planos profundos, mal delimitados e de crescimento mais lento que em processos virais ou bacterianos. As principais neoplasias que podem se manifestar com adenomegalia são: linfomas, leucemias, neuroblastoma, carcinomas de rinofaringe e tireóide.
Dentre os exames que devem ser solicitados em casos de suspeita de adenomegalia de causa maligna, a biópsia do gânglio acometido é a mais importante, após descartadas as causas benignas freqüentes.
A indicação de biópsia pelo pediatra pode representar um dilema, pois embora seja de extrema utilidade, ainda assim é procedimento que guarda seus riscos. Por isso, faz-se necessário o conhecimento das características de normalidade dos linfonodos e suas variações e de que a quantidade de tecido linfóide no organismo varia conforme a idade: de modo geral esse tecido cresce rapidamente, atingindo valores máximos no período pré-pubertário, quando se inicia um processo de involução a partir dessa época.
As indicações clássicas de biópsia de gânglio são: adenomegalias superficiais de localizações menos comuns, como região supreclavicular, axilar ou epitroclear; linfonodo grande, endurecido, fixo à pele ou tecidos profundos, com crescimento rápido; persistência de adenomegalia por mais de quatro semanas e/ou aumento do gânglio nesse período; adenopatia periférica associada a enfartamento ganglionar profundo; adenopatia generalizada cuja causa não foi elucidada com exames laboratoriais ou com associação a sinais ou sintomas sistêmicos.
Desta forma, a avaliação especializada, através de um exame clínico minucioso e história do paciente, são essenciais para um bom diagnóstico, e tratamento correto desta patologia tão comum na infância.
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Flavia Afonso Pinto Fuzii
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