A obesidade é, atualmente, uma das doenças que mais preocupam os profissionais da saúde. É uma doença crônica, metabólica e de etiologia multifatorial, que vem apresentando elevada incidência nas últimas décadas na maioria dos países desenvolvidos ou subdesenvolvidos. Está associada à inadequação psicossocial, depressão, baixa estima e pode levar à qualidade de vida sexual comprometida.
No Brasil, segundo estimativa apresentada na Pesquisa de Orçamento Familiar do IBGE, aproximadamente 40% dos indivíduos adultos estão acima do peso ideal, e desses, 9% dos homens e 13% das mulheres são considerados obesos. O estudo apontou que 59% das pessoas que estão acima do peso já apresentam problemas de saúde.
Como qualquer outra doença, a obesidade ocasiona a perda na qualidade de funcionamento de importantes órgãos do corpo, tais como dificuldades de locomoção, problemas cardíacos, sobrecarga nas articulações e também problemas de ordem sexual.
Vários estudos estabeleceram uma relação entre as disfunções sexuais e a obesidade, evidenciando que o aumento de peso se correlaciona com a insatisfação pessoal, acarretando na redução do desejo e dificuldades no funcionamento sexual. Concomitantemente a este aumento da incidência da obesidade, na atualidade, somos frequentemente invadidos por diversos meios publicitários onde a sensualidade é representada por mulheres altas, elegantes e/ou homens esculturalmente musculados que simbolizam a perfeição corporal. Esta busca pela perfeição corporal e por uma imagem idêntica aos modelos publicitários potencializa, em diversas pessoas que não se identificam com este ideal de beleza, uma enorme insegurança e um retraimento na vivência da sua vida sexual.
As Disfunções Sexuais mais comuns incluem, desejo hipoativo, anorgasmia ou perturbações do orgasmo, ejaculação precoce e disfunção erétil. Além dos efeitos psicoemocionais, várias alterações de ordem orgânica podem estar relacionadas às desordens sexuais com o sobrepeso/obesidade, tais como, alterações hormonais, aumento da resposta inflamatórias, doenças cardiovasculares e comorbidades como Diabetes, consequentemente piorando a qualidade de vida sexual dessas pessoas.
A pessoa obesa deve buscar um tratamento multidisciplinar, para ter um acompanhamento adequado, com profissionais capacitados e especializados, com o intuito de identificar as causas e tratar as comorbidades, visando uma melhor qualidade de vida, autoestima e imagem corporal, sendo esse o primeiro passo para a melhora da vida sexual.
Matéria por
Rafael de Arruda
Urologia CRM/PB 6700 | João Pessoa