É uma doença degenerativa (desgaste da articulação do quadril), que atinge 5 a 10% da população que ocorre com maior frequência em adultos de meia idade e idosos, principalmente acima de 65 anos. Algumas vezes não apresenta uma causa específica ou conhecida, entretanto, na maior parte dos casos, ela é consequência de outras doenças, como defeitos congênitos do quadril, artrite reumatoide, necrose avascular da cabeça femural, doenças ocorridas na infância e após traumatismos. DE qualquer forma, ocorre um desgaste da cartilagem articular que de uma superfície absolutamente lisa e harmônica transforma-se em uma superfície áspera e irregular.
SINTOMATOLOGIA
Os primeiros sintomas podem ser um leve desconforto na região inguinal (virilha), nádega, coxa ou mesmo que leve, e melhora com repouso.
Com o passar do tempo os sintomas tendem a se intensificar e a dor e a rigidez podem estar presentes mesmo em repouso. Muitas vezes o paciente percebe que está com dificuldade de vestir as meias ou calçar os sapatos. Isto é um sinal de que a cartilagem está cada vez mais fina e irregular. Quando finalmente o tecido cartilaginoso se esgota, o movimento passa a acontecer osso com osso o que é extremamente doloroso. O paciente neste estágio diminui sensivelmente a capacidade de movimentos de rotação, flexão e extensão da bacia e percebe que está cada vez mais limitado nos seus movimentos e o que o mancar torna-se evidente.
DIAGNÓSTICO
A história detalhada do paciente é importante, uma vez que as osteoartroses podem estar relacionadas ao alcoolismo, anemia falciforme, uso prolongado de corticosteroides, atividades físicas de alto impacto, doenças na infância, traumatismos e fraturas do quadril entre outras. O exame físico da articulação coxofemural (quadril) demonstra, normalmente, diminuição da mobilidade articular (rotações interna e externa, adução, abdução e flexão) e dor à mobilização passiva do quadril. O diagnóstico é confirmado através de radiografias que mostram alterações articulares características. Eventualmente, outros exames como cintilografia óssea ou ressonância nuclear magnética podem ser necessários para fazer diagnóstico precoce ou diferencial com outras patologias.
TRATAMENTOS
Tratamento não cirúrgico:
• Evitar esportes de alto impacto como o futebol, tênis e corridas
• Fazer um programa suave de fisioterapia
• Praticar atividades físicas moderadas na piscina como natação ou hidroginástica
• Exercitar-se em bicicleta ergométrica sem carga
• Utilizar, sob prescrição médica, anti-inflamatórios não esteroides
• Evitar carregar peso, subir escadas ou ladeiras
• Diminuir o peso corporal, se necessário Tratamento cirúrgico:
O tratamento cirúrgico está indicado nos estágios avançados da doença. Este estágio é determinado pela dor intensa e diminuição incapacitante da mobilidade do quadril. Em alguns casos a cirurgia indicada é a osteotomia (modificação da posição do fêmur ou da bacia). Mas, na maioria das vezes a artroplastia total do quadril é a cirurgia de eleição e consiste na substituição da articulação por uma prótese. Este procedimento elimina a dor e devolve a mobilidade da articulação. É importante salientar que apesar dos benefícios que a cirurgia proporciona (alívio da dor e melhora da mobilidade) o paciente deverá continuar evitando esportes de impacto e atividades que sobrecarreguem a prótese, pois o sucesso e a duração da vida útil da cirurgia dependem muito dos cuidados pós-operatórios recomendados pelo médico.
PREVENÇÃO
A artrose primária (sem causa específica) é de difícil prevenção, uma vez que ela se manifesta insidiosamente em indivíduos saudáveis previamente. Nos pacientes com alguma história de patologia prévia do quadril, todas as medidas citadas no tratamento não cirúrgico devem ser adotadas visando retardar ou mesmo evitar seu aparecimento. Deve-se ressaltar que o alcoolismo, o tabagismo o uso de drogas ilícitas além de corticoterapia por tempo prolongado são fatores de risco evitáveis de necrose avascular da cabeça do fêmur, uma das causadoras de osteoartrose do quadril.
Matéria por
José Marcos Lavrador
Ortopedia e Traumatologia CRM/PR 8721 | RQE 5256 | Apucarana