Com a correria diária, a alimentação irregular, colesterol elevado, uso excessivo de substâncias energéticas e sedentarismo, cada vez mais, se apresentam precocemente doenças cardiovasculares.
O estresse emocional está diretamente relacionado com a doença aterosclerótica coronariana. Os efeitos crônicos e agudos do estresse, como o isolamento social, o estresse ocupacional, pacientes com depressão e a precipitam eventos cardíacos agudos.
A presença de isquemia induzida pelo estresse mental está associada com aumento significante da frequência de eventos cardíacos fatais ou não fatais, independente da idade, força muscular cardíaca se já apresentou infarto agudo do miocárdio prévio. A atividade mental parece ser tão potente quanto a atividade física em determinar isquemia miocárdica transitória, tendo ampla correlação com o ritmo circadiano.
Podemos citar eventos agudo, de infarto agudo do miocárdio por pequenas placas lipídicas (gorduras) em torno de 40% que podem se romper e causar efeitos fatais e não fatais. Em específico no gênero feminino apresentam-se alterações não ateroscleróticas com a síndrome de takotsubo (síndrome do coração partido) devido uma descarga por catecolaminas levando ao quadro semelhante ao infarto agudo do miocárdio.
A participação do estresse mental na doença isquêmica do miocárdio se faz de duas formas: como fator de risco para doença arterial coronariana e como desencadeador de eventos isquêmicos agudos em pacientes com aterosclerose coronariana estabelecida. A exposição crônica ao estresse levaria a uma exacerbação de todas as alterações vasculares e do metabolismo intermediário induzido pelo mesmo. Tais alterações, principalmente plaquetárias e lipídicas, apresentam forte caráter aterogênico.
A exposição aguda ao estresse mental se refere principalmente à isquemia miocárdica e à presença de arritmias. Existem dois possíveis mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento de isquemia miocárdica, na presença de doença aterosclerótica coronariana, durante o estresse mental: o aumento do tônus vasomotor coronariano com diminuição do fluxo coronariano e a hiperatividade simpática que determina um aumento na frequência cardíaca, na pressão arterial e na contratilidade miocárdica levando a um aumento do consumo miocárdico de oxigênio.
A hipoatividade vagal, de forma independente, também se correlaciona a maior morbimortalidade cardiovascular, através da diminuição do limiar de fibrilação ventricular, aumento da frequência cardíaca e diminuição da modulação adrenérgica pré-sináptica.
A isquemia induzida pelo estresse mental é, com maior frequência, silenciosa, ocorrendo com um duplo-produto menor quando comparada à isquemia induzida pelo esforço físico. Os eventos isquêmicos ocorrem com uma frequência cardíaca menor e o aumento da pressão diastólica durante o estresse mental é maior do que aquele obtido durante o teste de esforço, não ocorrendo diferença significativa em relação à pressão sistólica. Esses fatos evidenciam a provável participação da redução primária do fluxo coronariano, associada a um aumento da demanda metabólica, na indução de isquemia por estresse mental.
A associação do estresse mental com eventos arrítmicos relaciona-se com a hiperatividade simpática e uma redução da atividade parassimpática, além da presença de isquemia. Essas alterações favoreceriam a instabilidade elétrica miocárdica, levando ao desenvolvimento de arritmias ventriculares letais.
Matéria por
Lanier Tadeu Garcia de Paula Júnior
Médico CRM/PR 35080 | Arapongas
Fabricio Bussadori
Cardiologia CRM/PR 16123 | RQE 9864 |