A cirurgia de coluna no Brasil vem sofrendo uma grande transformação nos últimos 20 anos. Novos materiais e técnicas cirúrgicas revolucionam a forma de tratamento oferecida aos pacientes. Hoje, através de pequenas incisões na pele, menores de 1cm e lesão mínima de partes moles, as hérnias de disco são ressecadas, proporcionando uma recuperação mais rápida, com taxa de complicações menores.
O que diferencia a cirurgia endoscópica da cirurgia tradicional é a forma de ver o problema, ou seja, através do endoscópico. Este instrumental, utilizado nas mais diversas especialidades a décadas, agora ajuda os cirurgiões de coluna a olhar a estruturas e tratá-las. Outros equipamentos, como o monitor de alta qualidade e a fonte luminosa, também são fundamentais para uma adequada visualização.
As indicações clássicas vão das hérnias de disco na região cervical, torácica e lombar, até as compressões e estenoses do canal medular e forames intervertebrais, sendo que hoje, cistos e tumores vem sendo abordados pela técnica com sucesso. As hérnias calcificadas, bem como as revisões cirúrgicas podem ser uma contraindicação ao método.
Após uma criteriosa avaliação do paciente, por meio da história clínica, exame físico completo e exames de imagem: radiografias, Tomografia computadorizada e Ressonância magnética, o cirurgião pode fazer um bom planejamento cirúrgico para o tratamento minimamente invasivo. A cirurgia endoscópica pode ser realizada por via interlaminar ou por via transforaminal.
Inúmeras vantagens podem ser listadas como: menor lesão de pele e músculos, levando a menos dor no pós operatório e retorno mais rápido ao trabalho; menor sangramento, menor tempo cirúrgico e baixa taxa de infecção; procedimento pode ser feito sob sedação, com o paciente acordado e recebendo alta no mesmo dia; não há limite de idade e os paciente com comorbidades podem ser submetidos a descompressão com maior segurança; menor custo quando comparado com a Artrodese clássica.
Como qualquer outro método, devemos pontuar as desvantagens, que apesar de baixas, existem. Dentre elas, a possibilidade de Discite, ou seja, infecção do disco, após a manipulação, bem como a infecção do sítio cirúrgico, chance de re-herniação e necessidade de nova cirurgia e alterações sensitivas e motoras, como a parestesia transitória pós-operatória.
A cirurgia endoscópica ainda não faz parte do ROL da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ANS, mas a procura cresce a cada dia, por ser um tratamento moderno, com alta taxa de efetividade e segurança para o paciente.
Matéria por
Simone Martinelli Reis
Ortopedia e Traumatologia CRM/MG 39138 RQE 14.138 RQE 33.760 | Uberlândia