Muitos pensam que ter saúde é apenas não ser portador de nenhuma doença, mas na verdade é muito mais que isso, saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença.
Ter uma vida saudável significa praticar bons hábitos que ajudam a manter o equilíbrio físico, mental e emocional, que são essenciais para uma boa qualidade de vida.
Na nossa formação de base acadêmica na faculdade de medicina, aprendemos a enxergar apenas o que é perceptível por meio de sinais e sintomas. Desse modo, a incidência e transcurso de doenças, em sua grande parte, acabam sendo compreendidas como circunstâncias ou fenômenos pouco susceptíveis a modificações, sob o prisma essencialmente curativo da medicina.
No entanto, a ação de uma gama de fenômenos que podem atuar de modo combinado ou isolado como: a alimentação incorreta, o sedentarismo, o tabagismo, o etilismo, o estresse, o estilo de vida inapropriado, múltiplos e cumulativos declínios nos nossos sistemas produtores de hormônios, a excessiva produção de radicais livres e um profundo desequilíbrio na bioquímica cerebral, podem contribuir para ativação, controle e manutenção da atividade inflamatória subclínica. Sabemos hoje que pelo menos 90% das doenças associadas ao envelhecimento tem como principal fator etiológico a inflamação crônica subclínica, principalmente a obesidade.
As doenças do envelhecimento, na sua maior parte, eram compreendidas como um processo previsível e muitas vezes inevitável. Novos conceitos em fisiopatologia nos ensinam que o envelhecimento acelerado e as doenças a ele associadas devem-se à ação crônica, recorrente e combinada de fatores multivariados, que hoje já podem ser amplamente mensurados, de forma precoce e, principalmente, ainda em fase assintomática, qualquer que seja a idade cronológica do indivíduo.
O foco do tratamento médico passa a ser, deste modo, bem mais amplo e integrado, contemplando não apenas o tratamento dessas disfunções, mas, sobretudo, a sua detecção precoce e prevenção.
O objetivo maior deve ser dar qualidade à quantidade de vida, intervindo na vida dos pacientes antes que os problemas se manifestem.
Estamos adentrando em uma nova era, onde o bom médico deverá mostrar-se capaz não apenas de tratar da melhor forma possível as doenças, mas, principalmente, de tratar prioritariamente a saúde.
Curar a doença depois que ela aparece é como cavar um poço quando se tem sede, ou forjar armas com a guerra já iniciada Nei Jing, século II A.C
Matéria por
Dieynne Saugo
Médica CRM/MT 6818 | CRM/SP 172982 | Cuiabá