A ATM é considerada a articulação mais complexa do corpo humano, e nos permite abrir a boca, sorrir, falar, mastigar e bocejar. Para que a ATM funcione de forma adequada, a própria articulação, a oclusão dental e o equilíbrio neuromuscular devem estar em harmonia. As desordens temporomandibulares (DTMs) correspondem a um termo amplo que engloba uma série de problemas clínicos envolvendo os músculos mastigatória, a ATM e as estruturas associadas.
As DTMs apresentam etiologia (causa) multifatorial e estão relacionadas com fatores estruturais, neuromusculares, oclusais (perdas ou desgastes dentais, má posicionamento dos dentes, próteses mal adaptadas, restaurações inadequadas entre outras), psicossociais (ansiedade, depressão, geram tensão aumentando a atividade muscular), hábitos parafuncionais (bruxismo, onicofagia, sucção digital ou de chupeta) e lesões traumáticas ou degenerativas da ATM. O que irá definir o diagnóstico serão os sintomas apresentados pelo paciente e os sinais identificados em minucioso exame clínico.
Neste tipo de desordem, o sintoma mais comum é a DOR, geralmente localizada nos músculos da mastigação, na região pré-auricular, na região cervical e na articulação temporomandibular, sendo agravada pela mastigação inadequada ou por função anormal da mandíbula. Além das queixas de dor, os pacientes frequentemente apresentam limitação de abertura bucal, oclusão inadequada, distúrbios auditivos, cefaleias, vertigens, ruídos articulares, geralmente descritos como estalos ou crepitação. A sintomatologia da DTM é de tal forma significante que pode vir a impedir que as pessoas exerçam suas atividades normais, seja no âmbito profissional ou familiar
O tratamento da DTM tem como objetivo controlar a dor, recuperar a função do aparelho mastigatório e muscular, reeducar o paciente e amenizar cargas adversas que perpetuem o problema. A etiologia indefinida, o caráter autolimitante e a altíssima eficácia recomendam a utilização inicial de terapias não invasivas e reversíveis para os pacientes que sofrem de DTM.
Dentre essas podemos citar:
Placas interoclusais: promovem equilíbrio funcional, relaxam a musculatura;
Termoterapia: aumenta fluxo sanguíneo local, elimina resíduos metabólicos e gera relaxamento muscular);
Laserterapia: função analgésica, anti-inflamatória e modulador de atividade celular;
Eletroterapia (Tens): neuroestimulação elétrica transcutânea libera substâncias analgésicas endógenas que geram um de alívio da dor;
Ultrassom: reduz a tensão muscular, estimula fibras nervosas e metabolismo local;
Toxina Botulínica: promove relaxamento muscular minimizando a dor.
A alta incidência de DTM na população, em especial no sexo feminino, e, os avanços científicos nesta área de conhecimento exigem profissionais especializados e atualizados, a fim de proporcionar bem-estar físico, social e emocional aos pacientes acometidos por tal desordem, uma vez que, terapias inadequadas podem permitir a cronificação da dor.
Matéria por
HÉLCIO AP. BIANCHI
Odontologia CRO/MT 1631 | Cuiabá