O que antes era destino se transformou em escolha, e em uma das grandes questões da pós-modernidade.
Decidir ter um filho, não parece uma tarefa muito fácil nos dias de hoje, é preciso alinhar razão, emoção e a natureza. O nascimento de um filho, para algumas pessoas, tem sido associado a situações de estresse, devido às mudanças que naturalmente ocorrem na vida do casal. Por isso, muitos casais esperam atingir uma espécie de condição ideal para então decidir ter filhos ou não. O que não está errado se levarmos em conta os padrões atuais. É positivo e de muita relevância para que os pais se sintam seguros para receber os filhos avaliar e considerar alguns aspectos antes da chegada do bebê, como o desejo do casal em conceber uma criança, é importante que ambos decidam de forma consciente e responsável.
Afinal, a criança deve ser colocada em primeiro plano em muitas decisões, o que gera sacrifícios por parte dos pais. Este é um dos motivos que faz com que muitos casais retardem o momento de ter filhos.
Outro fator que interfere na decisão de ter filhos é a disponibilidade do casal em cuidar do novo membro da família. Muitos casais estão dispostos a terem filhos, mas não a cuidar deles, dividindo esta tarefa com babás, escolas, etc. Essa reação é reflexo da pós-modernidade. Outro aspecto importante é a saúde emocional da mulher e mãe, onde muitas vezes por já ser uma profissional bem articulada e ter controle geral sobre sua vida, com a vinda do bebê pode ser difícil manter esse controle e se sentir angustiada.
Um filho gera a sensação de plenitude, continuidade e até mesmo imortalidade. Mas é preciso que o casal esteja apto emocionalmente para receber uma criança. O maior erro dos pais é esperar que o nascimento de uma criança possa ser a solução para aliviar o tédio do casal quase perfeito, ou para os problemas do relacionamento. Cabe somente aos pais criar um ambiente saudável para receber a criança, e não o contrário. Os filhos alegram sim, mas não garantem a felicidade da união. Ao contrário do que pensam os pais, é depois do nascimento que ocorrem um número maior de separações, devido a redistribuição de papéis sociais afetivos onde o homem e a mulher viram pai e mãe. O casal passa por transformações e precisa adaptar sua rotina normal com a chegada do bebê, tendo de abrir mão de desejos e realizações, pois neste momento a prioridade são as necessidades da criança, o que pode gerar conflitos entre o casal. Caso haja desacordos ou o casamento tiver em crise, deve-se primeiro procurar resolver estas questões para depois realizar o desejo de ter filhos.
O mais importante é que os pais sintam-se seguros e fortalecidos para passarem pela melhor experiência de suas vidas serem pais.
Matéria por
PATRÍCIA SHIROMA SEMMELMANN
Psicólogo CRP :0807648-7 | Londrina