Na prática da Dermatologia temos observado um aumento da incidência de doenças virais que acometem a pele.
O Herpes Simples, causado pelo herpes vírus tipo I e tipo II, tanto como primo infecção ou como recidivante atingiu prevalência mundial impressionante. Segundo a Organização Mundial de Saúde 67% da população mundial com menos de 50 anos tem esta doença.
Estudos mostraram que a incidência de Herpes Zoster, causado pelo vírus varicela-zoster aumentou de 2 a 3 % por ano nas últimas décadas em parte pelo envelhecimento da população. A vacina contra este vírus pode ser administrada mesmo que o paciente já tenha apresentado um episódio na vida e é recomendada a partir dos 50 anos.
As verrugas causadas pelo papilomavírus (HPV, com mais de 60 subtipos) sejam do tipo vulgar (70%), plantares (24%), planas (3,5%), filiformes(2%) ou anogenitais (Condiloma Acuminado), antes de fácil manejo e cura estão se tornando dia a dia mais frequentes e resistentes aos tratamentos. No passado as verrugas vulgares eram observadas mais em crianças e atualmente estão muito prevalentes em adultos.
As verrugas anogenitais são causadas por vários subtipos de HPV, no entanto quando o paciente apresenta os subtipos 16 e 18, que são considerados oncogênicos o tratamento precoce deve ser feito pois eles estão associados ao câncer de colo de útero, e outros tipos de cânceres como vulva e vagina, ânus, pênis, orofaringe e boca. A vacina quadrivalente aplicada precocemente na idade de 9 a 14 anos para meninas e de 11 a 14 anos para meninos visa a prevenção de câncer na área genital.
Outra virose outrora comum só em crianças, principalmente em pacientes com Atopia (Dermatite Atópica, Asma, Rinite Alérgica), é o Molusco Contagioso que atualmente também tem sido diagnosticado em adultos principalmente imunodeprimidos.
A prevalência da Pitiríase Rosea de Gibert, que é uma doença autolimitada durando de 6 a 8 semanas também aumentou bastante.
As viroses infantis (Sarampo, Rubéola, Varicela, Caxumba) felizmente encontram- se controladas pela vacinação em massa.
Mediante estas considerações e fatos ousamos dizer que o grande desafio não é o controle dos fungos e das bactérias mas sim dos VÍRUS e suas mutações frequentes.
Matéria por
Heloisa Helena Ramos Fonseca
Dermatologia CRM/SC 2139 | RQE 1677 | Florianópolis