Por esse motivo, quando ouvir que você ou alguém que conhece é elegível a cuidados paliativos, não há o que temer. Receber cuidados paliativos não significa que não haja mais nada a fazer por você ou pela pessoa que você ama. Isso simplesmente indica que o diagnóstico é de uma doença crônica grave, que ameaça a vida, e que uma equipe, juntamente com os profissionais especialistas na enfermidade, irá cuidar de quem está doente e daqueles que o cercam.
Pela Organização Mundial de Saúde (2002/2017), Cuidados Paliativos são definidos como: “uma abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes (adultos e crianças) e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a vida. Previne e alivia o sofrimento através da identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e outros problemas físicos, psíquicos, sóciofamiliares e espirituais”.
Princípios:
• Promover o alívio da dor e outros sintomas; Afirmar a vida e considerar a morte como um processo natural;
• Não acelerar nem adiar a morte; Integrar os aspectos psicológicos e espirituais nos cuidados aos pacientes;
• Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível, até o momento de sua morte;
• Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e a enfrentar o luto;
• Promover a abordagem multiprofissional para focar nas necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto;
• Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso da vida.
• Ser iniciado o mais precocemente possível, juntamente com outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para melhor compreender e controlar situações clínicas estressantes. Cuidados Paliativos de qualidade envolve competências para cuidar da dor, da falta de ar, das náuseas, da fadiga ou de quaisquer outros sintomas. Alguns estudos demonstram que pacientes que recebem este cuidado específico vivem mais tempo. Além de sintomas físicos, Cuidado Paliativo busca cuidar também de sintomas emocionais, como medo, ansiedade e depressão, comuns em pacientes e familiares em situações graves de saúde. Estratégias específicas de comunicação realizada com técnica, com honestidade, empatia e compaixão.
Cuidado Paliativo busca ainda cuidar dos familiares, entendendo a família como parte da unidade do cuidado e sabendo que cuidar da família é uma parte importante para cuidar do sofrimento do paciente. E por fim, cuida da espiritualidade do paciente. Espiritualidade não é necessariamente religiosidade, mas sim o quê é sagrado para cada um.
A equipe estará com o paciente e sua família em todas as etapas da doença, independentemente de sua evolução. O importante é que todos se sintam acolhidos e amparados nesse momento tão difícil.
Matéria por
Márcia Kotz
Oncologia CRM/SC 10347 | RQE 9036 | Chapecó