Drogas inteligentes, estimulação imunológica, tratamentos individualizados, e muito mais.
À virada do século veio acompanhada de várias revoluções no combate ao câncer. Anteriormente, o tratamento usava quase que exclusivamente a quimioterapia. Tal procedimento provoca a morte indiscriminada de células, com alta taxa de divisão como o câncer, mas também atinge alguns tecidos normais, podendo causar vários efeitos colaterais.
Desde o final dos anos 1990 vários medicamentos inteligentes (tecnicamente chamados de terapia-dirigida ou terapia-alvo) foram desenvolvidos. Essas medicações agem em “alvos” específicos, presentes unicamente (ou preferencialmente) nas células do câncer e que estão ligados à origem e progressão da doença. Estas medicações resultam em melhor controle do câncer e muito menos efeitos colaterais. Terapias-dirigidas já são rotineiramente usadas no tratamento de tipos frequentes de câncer (como mama, pulmão e intestino).
Outra modalidade moderna de terapia anticâncer é a chamada imunoterapia. O tratamento consiste no uso de medicamentos que agem a nível molecular, estimulando células do próprio sistema imunológico a combaterem o câncer.
A descoberta da imunoterapia resultou no prêmio Nobel de medicina de 2018. Essa terapia já é usado no tratamento do câncer de pulmão, rim, pele, dentre outros.
Essa enxurrada de novas descobertas e novos medicamentos dirigidos contra alterações específicas do câncer tem levado à uma individualização cada vez maior do tratamento. Antes, apenas biópsias simples eram suficientes para o diagnóstico e definição do tratamento. Hoje, vários testes genéticos e moleculares são realizados no material da biópsia, e o tratamento varia de acordo com o padrão de alterações encontrados. Ou seja, 0 tratamento de um mesmo tipo de câncer pode ser totalmente diferente de um paciente para outro: é a oncologia personalizada.
Todas essas novidades fazem da oncologia moderna uma especialidade muito complexa, e exigem do atualização.
INOVAÇÕES CIRUGICAS PROPORCIONAM MAIOR EFICIENCIA NO COMBATE AO CÂNCER.
O tratamento cirúrgico do câncer evolui a cada dia. O desenvolvimento de novas técnicas e pesquisas tem proporcionado intervenções mais eficientes e menos traumáticas.
Os avanços tecnológicos permitiram uma verdadeira revolução nas técnicas cirúrgicas em oncologia com operações cada vez menos invasivas. Um exemplo já amplamente empregado em centros de oncologia é a cirurgia oncológica vídeo-laparoscópica. Tal evolução permite a realização de incisões menores, o que minimiza riscos, favorece maior rapidez na recuperação pós-operatória e retorno às atividades habituais.
Uma inovação ainda mais recente é a cirurgia robótica. Nela, o cirurgião realiza a cirurgia num “console” de computador (que lembra um videogame avançado), e seus comandos são transmitidos a um robô, que executa cada movimento do cirurgião com muito mais precisão e firmeza que a mão humana. Isso também resulta em cirurgias mais precisas e menos invasivas.
Ainda está restrita a poucos centros médicos mas, em breve, deve se tornar mais comum na maioria dos hospitais.
Apesar de todo o avanço tecnológico, as operações com menor intervenção ainda não se aplicam em todos os pacientes.
Além destes avanços, houve também melhor conhecimento do comportamento biológico dos diversos tipos de tumores, na qual medicamentos e radioterapia combinados a cirurgia têm mostrado resultados cada vez mais promissores no combate ao câncer.
Em determinadas situações as cirurgias convencionais ou "abertas" ainda são realizadas. Mesmo estas, com os novos conhecimentos, têm representado mais segurança e melhor recuperação, explica Adalzizio Vieira de Araújo Filho, medico cirugião oncologista na Oncocenter.
Matéria por
Cleberson Queiroz
Oncologia Clínica CRM/MT 4431 | RQE 1817 | Cuiabá